sábado, 19 de dezembro de 2015

Resenha: A Lista Negra + De Olho na Edição #1


Resenha feita pela Lúcia!
Título: A Lista Negra
Título Original: Hate List
Autora: Jennifer Brown
Editora: Gutenberg
Páginas: 272
Ano: 2012

Sinopse: E se tu desejasses a morte de uma pessoa e isso acontecesse mesmo? E se o assassino fosse alguém que tu amas? O namorado de Valerie Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba por salvar a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista com o nome de estudantes que praticavam bullying contra os dois. A lista que ele usou para escolher os seus alvos. Agora, ainda recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Secundário. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, com os ex-amigos e a rapariga a quem salvou, Val deve enfrentar os seus fantasmas e encontrar o seu papal nesta história, em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas. 


Resenha: É muito difícil fazer a resenha deste livro, mais que isso, é muito difícil reunir palavras que possam expressar o que eu senti ao lê-lo. Pois é muito difícil falar de algo que nós gostamos muito. Por mais que eu fale, ainda não é o suficiente para transmitir o turbilhão de sentimentos que é A Lista Negra. Ele foi o melhor livro que eu li este ano, e é, pelo menos até ao momento, o meu livro favorito da vida. Um livro lindo e triste ao mesmo tempo, que aborda um tema forte e passa uma bela lição de moral. Merece ser discutido e abordado por muitos adolescentes, professores e pais. Uma história que deve ser passada adiante e sobreviver por muitas gerações.

Valerie e Nick são um casal de adolescentes unidos pela sua exclusão, digamos assim. Quando Nick entrou no colégio começou a ser considerado "o esquisito". Eles acabam por se aproximarem com o tempo, até que começam a namorar, e o bullying só se intensificou. Desde então ambos passaram a ser alvos de brincadeiras fortes e humilhação pública. Anos atrás, Nick encontrou Valerie a escrever no seu caderno uma lista com coisas e pessoas que ela odeia, e a partir daí surge a ideia deles criarem A Lista Negra, com os nomes de todas aquelas pessoas que lhes perturbam. Desde então, os dois continuaram com A Lista Negra, uma forma de descarregarem toda a dor que sentem. Porém, um certo dia, impulsionado por recentes ataques, Nick entra armado no Colégio Garvin disposto a matar todas as pessoas da lista, e, acaba por acertar também nalgumas pessoas por acidente, vítimas de balas perdidas. Valerie, que se vê perdida e desolada no incidente, tenta parar o namorado, acabando por salvar a vida de uma pessoa da lista e acaba por ser atingida por uma bala, pouco antes de Nick atirar em si mesmo.

A partir daí, todos acabam por considerar a Valerie culpada e o livro aborda essa questão: afinal, Valerie é a heroína ou a culpada? Pergunta esta, que nem mesmo ela consegue responder, sendo refém de um grande drama psicológico. Valerie está arrasada e quando volta para o colégio depois de ser internada as coisas não vão muito bem, pois, se antes todos olhavam para ela com desprezo e pena, agora todos olham com medo e ódio, culpando-a pelo ocorrido. 

A verdade é que Val é a maior vítima de todas, pelo menos para mim, afinal ela era humilhada, fez apenas uma lista das pessoas que faziam isso com ela, para desabafar, aliviar a sua dor. Em nenhum momento ela imaginou que Nick iria levar a lista a sério. Ela foi desprezada por todos, incluindo a sua própria família e, perdeu o namorado, que mesmo sendo o autor dos assassinatos, era o seu grande amor e porto seguro. Eu achei ela muito forte, pois passar por tudo isso e ainda continuar firme é muito díficil. O seu pai foi muito duro e injusto com ela, no entanto, a sua mãe, mesmo que em determinados pontos cometa alguns erros, a situação dela é compreensível e a todo o momento está apenas a tentar proteger a Val.

O livro é narrado entre o passado e o presente, então nós vamos conhecendo o Nick através das lembranças de Val, alternando entre momentos antes e depois do massacre. E ambos os momentos são de partir o coração, pois nós acabamos por ver o outro lado dele, o lado humano e sensível. Percebemos que ele não é aquele monstro que todo o mundo pensa. Mesmo depois de tudo o que o Nick fez, em muitos momentos eu não conseguia sentir ódio dele, pelo contrário. Ele foi na verdade uma vítima como todos os outros, mesmo que, nada justifique tal atitude. Não sei explicar, mas a autora deixa-nos confusos em relação aos nossos sentimentos e é muito difícil tomar uma opinião sobre o ocorrido. 
Nós sentimos pena e compreensão, assim como em outros momentos muita raiva. O fixe é essa combinação que a autora faz entre o certo e o errado, vilão e rapazinho. É um livro que te faz refletir e dá um nó na sua cabeça. Jennifer Brown soube escrever muito bem as personagens, passando todo o sentimento deles. Nós envolve-mo-nos muito com eles e em todos os momentos coloca-mo-nos naquelas situações. Eu gostei muito do Dr. Hieler também, ele foi exatamente o que a Val estava a precisar, foi ele quem a confortou quando mais ninguém o fez e era o único que a entendia. Uma personagem extremamente cativante. 

A Lista Negra aborda uma realidade muito dura e de forma inexplicavelmente tocante. Não é um livro sobre finais felizes, ele trata justamente do contrário, de quando as coisas fogem do nosso controlo. Abordando uma triste realidade existente, pois quantas vezes já não vimos notícias de massacres em escolas? Em quantas delas, a pessoa que cometeu o crime não era uma vítima do bullying? Assim como Nick e Valerie, existem e ainda vão existir muitos outros por aí, infelizmente. Por isso é que esta é uma história que precisa ser contada e um livro que merece ser lido, para refletir, para provocar mudanças. 

Jennifer Brown mostra-nos os dois lados da história, e faz-nos refletir sobre o perdão, sobre as mágoas, sobre as nossas atitudes, faz-nos refletir sobre a vida. A autora meio que nos dá uma chapada na nossa cara e não tem pena de abordar nada. Valerie é uma personagem que me conquistou completamente, eu fiquei aflita e vibrando junto com ela, torcendo a cada minuto para que tudo acabasse bem. Este é um livro intenso, forte e de sentimento a flor da pele. Eu nunca senti por nenhum livro o que eu sinto por este e, acho difícil outro livro tomar o lugar de A Lista Negra. De facto, é um livro que eu nunca vou esquecer e vou estar sempre relendo!

Classificação: 


Cinco estrelas (50 de classificação) é muito pouco para A Lista Negra. É um livro que eu recomendo demais e, se vocês ainda não leram, corram e comecem a ler!


De olho na edição: 

  









Parabéns à editora Gutenberg, que caprichou na edição e deixou o livro mais perfeito ainda! 

Citações favoritas:
"Era bom fazer parte de um 'nós', com os mesmos pensamentos, os mesmos sentimentos, os mesmos problemas. Mas, agora, a outra metade desse 'nós' tinha ido embora e, deitada no meu quarto escuro, percebi que não sabia como me tornar eu mesmo de novo."
"As pessoas fazem isso o tempo todo - acham que 'sabem' o que está a passar-se na cabeça de alguém. Isso é impossível. É um erro achar isso. Um erro muito grande. Um erro que, se vocês não tiverem cuidado, pode arruinar a vossa vida." 
"Eu odiava-a. Mas, vendo-a tão triste, senti-me péssima. Senti-me responsável. Queria que sorrissem e fiquei perguntando-me se ela sorria quando chegava em casa e abraçava os filhos, ou se simplesmente sentava-se na sua poltrona com uma vodka e bebia até não ouvir mais o estrondo dos tiros."
"Eu soube que estava a apaixonar-me por ele, por aquele rapaz de roupas desgastadas e mal-encarado, que sorria de um jeito tímido e citava Shakespeare de cor."
"Nick sempre falou sobre a morte. Mas eram só histórias. Recontava filmes, livros, todos com cenas de mortes trágicas. (...) Parecia ficção. Shakespeare contou histórias sobre morte. Poe contou histórias sobre morte. Stephen King contou histórias sobre morte. E nenhum deles estava a preparar assassinatos."
"- Um é o meu número favorito - sorriu Bea - Em inglês, a palavra 'um' tem o mesmo som do passado de 'vencer' e podemos todos dizer no final do dia que vencemos de novo, não podemos? Em alguns dias, chegar ao fim do dia é uma grande vitória."
"- O tempo nunca acaba. Como sempre há tempo para a dar, também sempre há tempo para a cura. É claro que há."
"De certa forma, Nick estava certo: às vezes, todos temos de ser vencedores. Mas o que ele não entendeu foi que todos temos também de ser perdedores. Porque não se consegue uma coisa sem a outra."
"Este ano tivemos de lidar com uma dose brutal de realidade. O ódio das pessoas. Esta é a nossa realidade. As pessoas odeiam e são odiadas. Enchem-se de rancor e exigem castigo."
"- Sabemos que podemos mudar a realidade. É difícil, e a maioria das pessoas nem tenta fazer isso, mas é possível. Nós podemos mudar a realidade do ódio ao abrir-se para uma amiga. Ao salvar uma inimiga. (...) Contudo, é preciso ter vontade de ouvir e de aprender para mudar a realidade. Principalmente ouvir. Ouvir de verdade."
Capas pelo mundo:




E vocês já leram A Lista Negra? O que acharam? Estão curiosos para ler? Não deixem de comentar em baixo! Um forte abraço. 


Boa leitura!
Até o próximo post!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Resenha - Eleanor & Park

Resenha feita pela Lúcia!
Título: Eleanor & Park
Título Original: 
Eleanor & Park
Autor: Rainbow Rowell 

Editora: Novo Século
Páginas: 329 

Ano: 2014


Oi pessoal, tudo bem?

Bom, hoje vim falar deste livro que... Bem, pode-se dizer que criei uma relação de amor é ódio com ele, mas para falar a verdade, eu amo mais do que odeio, ahahaha.




Sinopse: Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. As personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezasseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e revistas aos quadradinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas da escola. 
Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e "grandes" (ela pensa em si própria como sendo gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois encontram-se no autocarro escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os livros de X-Men e Watchmen. E nem a tentativa dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor  e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre indicado a quebrar corações. Um amor que faz-nos sentir desesperados e esperançosos ao mesmo tempo.

Resenha: Eleanor uma jovem diferente das outras raparigas, ela usa roupas masculinas, acessórios insólitos (por exemplo, usar uma gravata como pulseira), ela acha-se com um peso acima do dela, super hiper mega inteligente, isso faz com que todos olhem para ela de maneira diferente. 
Park é um rapaz comum, aquele que não é nem popular nem aquele que é gozado por todo o mundo, ele também é super inteligente. 


A história começa com o início das aulas, onde chega uma aluna nova (Eleanor) no autocarro escolar, nesse dia ela foi muito gozada no autocarro e ninguém cedia um lugar para ela se sentar, pois todos achavam ela estranha inclusive Park, no entanto ela acabou por se sentar ao lado de Park que fingiu ser invisível até a chegada ao colégio.
Os dias vão se passando e Eleanor sempre apanhava o autocarro e sentava-se ao lado de Park, só que ele nunca falou nada com ela, eles ficavam como se fossem invisíveis. Park sempre com os seus fones e lendo a sua revista aos quadradinhos, até que um dia percebeu que Eleanor estava a ler pelo canto dos olhos a sua revista, então ele começou a passar as páginas mais devagar para que desse tempo para ela ler também, com o tempo ele passou a emprestar as revistas aos quadradinhos a ela, ele levava alguns e deixava outros em cima do assento dela, ela pegava-os e devolvia-os no outro dia, isto tudo sem se falarem, ainda. 

"Na manhã seguinte, quando Eleanor entrou no autocarro, havia uma pilha de revistas aos quadradinhos no lugar dela."

Um dia Park resolveu falar com ela, e acabou por se descobrir outra coisa em comum entre eles, a música, que no livro retrata bastante, principalmente Smiths, com isso Park acaba desenvolvendo uma amizade com Eleanor, e com o passar do tempo isso transforma-se em amor, isso mesmo, ainda que o título do livro deixe isso bem claro, ahahah.
Mas Eleanor passa por muitos problemas, um deles é a família, que tem um padrasto violento. Com isso Eleanor tenta esconder o romance com Park da sua família, de início a mãe de Park também não foi muito com a cara dela, mas depois Eleanor começou a ir todos os dias a casa de Park, dizendo a sua mãe que ia a casa de uma amiga (Tina). So que Tina não era considerada uma amiga dela, muito pelo contrário, Tina vive gozando e aprontando para com Eleanor, outro problema de Eleanor também é relacionado aos seus livros, onde tem alguém que escreve sacanagens do tipo "está molhadinha" e isso incomoda Park que ficou louco tentando saber quem é.


"Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo."

Mas no geral amei o romance entre os dois, pois mesmo com muitas barreiras eles conseguem amar-se intensamente de uma forma incrível, um romance misturado com trama que combinou perfeitamente, as duas personagens tentaram descobrir-se e viverem felizes, mesmo com os problemas internos e externos que rondam os dois. 



Bom, pessoal, sobre a história o que eu posso dizer é isto, se é que não saiu inúmeros spoillers, desculpa. Outra coisa bem interessante do livro é o facto de ele mostrar o pensamento dos dois ao mesmo tempo. 
Mas de verdade amei a história, só não amo mais por conta do desfecho da história, meu Deus que final foi esse, quero muito uma continuação deste livro, pois ele merece. Mas o livro trata de muitos assuntos que mexem com as pessoas quando são citados por exemplo a violência contra as mulheres (a própria mãe de Eleanor é violentada pelo marido), também fala das condições de vida (Eleanor tem três irmãos pequenos e tem uma condição de vida não muito favorável, tem falta do que vestir e ás vezes até do que comer), o livro também aborda a questão da sexualidade (isso é vivido por Park, onde o pai dele não acredita que ele seja "homem" mesmo depois de Eleanor, e Park ainda provoca mais o pai, quem leu sabe, hehe). 
Por isso pessoal, recomendo este livro a todos, este seria um daqueles livros que todos deveriam ler, a autora escreve de uma forma bem leve e rápida para ler, nunca tinha lido nada dela e agora irei investir em mais livros da autora. 
E para quem gostar de Post-its façam um stock antes, tipo eu estava a marcar com um rosa, ai usei o segundo rosa e tchanam acabou a noite e tive que usar o verde, mas valeu a pena. 



Para quem não sabe, Eleanor & Park vai virar filme. Os direitos foram comprados pela DreamWorks Studios e as gravações devem ter começado em 2015. A própria autora, Rainbow Rowell, vai escrever o roteiro. As minhas expetativas estão lá em cima, só de me imaginar vendo Eleanor no ecrã já fico feliz. Acredito que vai dar para transmitir a história muito bem num filme e como a própria autora está responsável por isso, ficará perfeito. Isso sem contar com a trilha sonora!!
Então pessoal, acho que é isto, deixem os vossos comentários aqui em baixo sobre o livro. 




Boa leitura!
Até o próximo post!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Resenha - A Era dos Dragões (O Reino de Ágora)


Sinopse: Numa época dominada por um feiticeiro e terríveis dragões alados, surge uma esperança de libertação. Um jovem de apenas doze anos pode ser o grande libertador há muito aguardado e premeditado em profecias do passado. Jafé tornas-se o grande guerreiro e une-se a um ex-soldado do palácio do rei e a Luane, a pantera encantada. Juntos eles vão para uma grande aventura em busca da pedra mágica, o ônix negro, que é capaz de vencer os poderes maléficos do terrível feiticeiro Ágora.


Ficha Técnica: 
Título: A Era dos Dragões (O Reino de Ágora)
Título Original: A Era dos Dragões (O Reino de Ágora)
Autora: Valentine Cirano
Editora: Giostri
Número de Páginas: 138
Ano: 2011


Autores: 


Valentine Cirano

Sou natural da cidade do RJ e moro há seis anos em SJC. Sou casada, tenho duas filhas e atualmente sou professora de idiomas. Morei nos EUA por cinco anos e há cinco lecciono a língua inglesa. Desenvolvi um método próprio de ensino, trabalhei em várias escolas de idiomas e hoje tenho grupos de ensino e dou aulas particulares. 
Já tenho dois livros publicados. Um livro de crónicas: "Reflexões de uma vida" - pela editora Protexto e um romance policial: "Impacto Fulminante" - pela editora Biblioteca 24x7. Lancei o meu terceiro livro, um romance ficção "Chama Imortal" pela editora Reflexão e em 2011 lancei o meu primeiro livro de auto-ajuda, voltada para a liderança, a motivação e a determinação em atingir metas. Aprecio a literatura e as artes plásticas. Escrevo há muitos anos, mas somente em 2009 tive o privilégio de publicar os meus primeiros dois trabalhos.

Citações favoritas: 
- Está aqui pela sua mãe, não está aqui para libertar Oberdon,
não é meu jovem? - perguntou o eremita.

Pág. 56 

- Quero casar-me com Luane... - disse o menino.
O rei ficou muito satisfeito com o pedido do menino e disse-lhe:
- Isso agrada-me muito. Perguntarei a ela e se esse também
for o seu desejo, lhe concederei o que me pede. 
O rei perguntou à sua filha se essa também era a sua vontade
e ela ficou muito feliz, pois também amava Jafé.
- Sim, amei Jafé desde o momento que quase o mordi na 
floresta! Eu quero casar-me com ele. - disse ela.

Págs. 135 e 136

Capa e Diagramação: 
A capa foi feita por Luís Felipe Camargo e traz um dragão (que eu esperei que fosse Órion, o dragão principal). É composta por tons escuros e passa uma noção do que poderemos encontrar na obra. 
A diagramação traz letras bem legíveis, uma fonte que não prejudica a leitura e pequenos desenhos entre os capítulos nas notas de rodapé - várias miniaturas de dragão e castelos (que representam provavelmente o castelo de Oberdon). Tudo isto deixa a leitura fluir de uma forma bem mais agradável. 

Minha Opinião: 
"A Era dos Dragões - O Reino de Ágora" foi uma daquelas surpresas agradáveis. Sempre fui fã de livros de ficção e fantasia, mas poucas vezes tinha encontrado um que correspondesse às expectativas. O livro traz uma linguagem de fácil compreensão, mas não traz palavras que determinem público-alvo (o que eu acho extremamente importante, diga-se de passagem). Assim, um leitor mais velho pode envolver-se com a história sem se achar a mais com às expressões infantis e um leitor mais novo pode ler sem precisar fazer esforços para entender. A leitura corre rapidamente, fluindo junto com a aventura do menino Jafé.
Várias vezes eu vi-me tentada a continuar a ler mesmo quando precisava fazer outras coisas. O mundo fantástico criado por Valentine Cirano é facilmente compreendido e criado na cabeça do leitor. Investindo muito na expansão da narração da personagem, as narrações de espaço não são na maioria mostradas no texto, mas são muito completas quando aparecem (indo desde a textura dos objetos até à cor que resplandecia com a luz). Diversas vezes lembrei-me das aventuras descritas por C.S. Lewis (o livro de Valentine também tem animais falantes), J.R.R. Tolkien e J.K. Rowling, dando uma nostalgia agradável do que foi a minha infância. 
Por fim, saliento o poder que a autora tem para prender o leitor com as suas palavras. O enredo é conexo, limpo e sem muitos rodeios. As personagens, visivelmente pensadas com cuidado, possuem ações e sentimentos palpáveis - mesmo as criaturas fantásticas. O leitor sente-se abraçado pela aventura e diversas vezes encontra-se rindo com o ar (por vezes) atrevido de Luane, a menina pantera, ou até mesmo identificando-se com o cuidado que Osíris, o eremita, demonstrou para com Jafé, o libertador. A descoberta da verdadeira identidade de Luane, ao virar novamente humana, deixou-me bem surpreendida. O final, por sua vez, não é totalmente uma surpresa, mas corresponde às expetativas e passa, de maneira personificada e direta, a noção da guerra entre o bem e o mal.  


Boa leitura!
Até o próximo post!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

INFORMAÇÕES

Sobre: 
O Agora que sou Crítica foi criado no dia 10 de Dezembro de 2015, com o intuito de compartilhar com os leitores a minha opinião sobre os livros, que leio, além de resenhar livros, anunciar lançamentos do mundo literário, entrevistas com autores e promover promoções.

Resenhas: 
Ficarei muito feliz por fazer resenhas de livros mandados de cortesia por leitores, autores e editores. Porém, tem algumas "regras": 
- Não faço resenha de livros de auto-ajuda. (Só mesmo se o livro me chamar muito à atenção)
- A maioria dos livros que eu leio são em formato digital por não ter capacidades de comprar muitos livros.
- Os livros que eu leio obedecem a uma "fila" feita por mim. Dou preferência a livros recebidos de cortesia para resenha. 

Parceria: 
*Blogs e sites: 
Se vocês querem fazer parceria do vosso blog com o "Agora que sou Crítica", preencha esse formulário
Também devem exibir o banner do meu blog no vosso blog, e eu farei o mesmo. Por favor, não peçam parceria pelos comentários :) 
Foto do banner: 
Tamanho: 541x191
*Autores e editoras: 
Para fazer parceria com o blog, devem enviar exemplares de livros para resenha e logo irei sortear no blog. Devem enviar um e-mail para agoraquesoucritica@gmail.com . 

Promoções: 
Na minha opinião, as promoções são uma parte importante do blog. Mas, claro, todas têm regras:
*Em TODAS as promoções em que é necessário preencher o formulário (todos os formulários serão 
do Google Docs), é necessária a primeira participação, enviando apenas o nome, nome de seguidor 
do blog e e-mail. Sem primeira participação, a pessoa é desclassificada.
*Para participar em qualquer promoção do blog, é necessário ser um seguidor público do blog.
*Todos os links de divulgação serão vistos. Caso o vencedor não respeite as regras, será feito 
um novo sorteio.  
*Os vencedores terão um prazo de 4 dias para responder ao e-mail que eu mandarei para 
o endereço indicado no posto do resultado. Caso não mande, será realizado um novo sorteio. 
*O prémio, quando for enviado por mim, será enviado até 20 dias após eu receber o endereço do 
vencedor.
*Todos os sorteios serão feitos pelo random.org .

domingo, 13 de dezembro de 2015

Resenha - As Crônicas de Gelo e Fogo: A Guerra dos Tronos

Resenha feita pela Lúcia!  
Título: As Crónicas de Gelo e Fogo: A Guerra dos Tronos
Título Original: A Song of Ice and Fire: A Game of Thrones
Série: As Crónicas de Gelo e Fogo
1º As Crónicas de Gelo e Fogo: A Guerra dos Tronos (1996)
2º As Crónicas de Gelo e Fogo: A Fúria dos Reis (1998)
3º As Crónicas de Gelo e Fogo: A Tormenta de Espadas (2000)
4º As Crónicas de Gelo e Fogo: O Festim dos Corvos (2005)
5º As Crónicas de Gelo e Fogo: A Dança dos Dragões (2011)
Autora: Maggie Stiefvater
Editora: LeYa
Páginas: 704
Ano: 1996


Depois destes longos 6 meses (não é mentira) consegui terminar o primeiro livro de "As Crónicas de Gelo e Fogo". Tenho que ser sincera e dizer que foi muito cansativo ler o livro, não por ele ser mau, mas por eu ter cometido o grande erro de assistir à série antes, acabando por fazer com que os elementos surpresa do enredo não fossem "novos" para mim. Mas uni-me aos fãs de GoT e descobri o porque desta série ser tão aclamada.





Sinopse: "Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, aceita a prestigiada posição de Mão do Rei oferecida pelo velho amigo, o rei Robert Baratheon, não desconfia que a sua vida esta prestes a desmoronar-se em sucessivas tragédias. Sabe-se que o Lorde Stark aceitou a proposta porque desconfia que o dono anterior do título fora envenenado pela manipuladora rainha - uma cruel mulher do clã Lannister - e a sua intenção é proteger o rei. 

Mas ter como inimigo os Lannister pode ser fatal: a ambição desta família pelo poder parece não ter limites e o rei corre grande perigo. Agora, sozinho na corte, Eddard percebe que não só o rei está em apuros, mas também ele e toda a sua família."

O primeiro ponto que quero abordar nesta resenha é a diagramação e a edição de "Guerra dos Tronos", o livro possuí letras um pouco menores do que as usadas em diagramações normais e a margem é muito pequena, então as páginas tornam-se um pouco extensas. 
Sei que o livro já é grande e que se fosse diagramado de outra maneira tornar-se-ia ainda maior, mas eu tenho a sensação de que demorava muito em apenas uma página, o que tornou a leitura um pouco cansativa. 

A escrita de George R. R. Martin é muito boa, isso é algo inegável, ele cria as personagens cheias de personalidade e situações impressionantes. Gosto também do quanto ele é detalhista, acho que isso ajuda na hora de imaginar, principalmente em livros de fantasia. 
Falei que gosto disso nele, mas acho que essa caraterística as vezes prolonga demais uma cena pequena, sentia isso quando lia "O Senhor dos Anéis" que foi também um livro que gostei bastante da história, mas que demorei para lê-lo.

A divisão de capítulos é bem interessante, como GoT possuí muitas personagens e algumas delas em lugares muito diferentes umas das outras, cada capítulo é dado a uma personagem específica, dando uma dimensão maior para o leitor e até mesmo um detalhamento que não ocorreria se fosse um capítulo para várias personagens. 


Como citei em cima, as personagens de George Martin são maravilhosas, elas possuem um quê humano, mesmo sendo parte de um enredo fantasioso. Elas não são perfeitas, possuem também um lado bom e um mau. Nos requisitos das personagens preciso de dizer que sou apaixonada principalmente por três deles Jon Snow, Tyrion Lannister e Daenerys Targaryen, MEUDEUS! O que são eles, rezava para que os capítulos deles chegassem depressa para me deliciar com os seus feitos, espero de verdade que Martin não os mate. 

O livro possuí cenas de sexo, palavras de baixo calão e muito sangue, então não o recomendo a pessoas muito jovens e pessoas "frescas", porque a história de Martin não é leve. Acho que podemos ver bem essas caraterísticas na série de tv, já que é mais visual do que o livro. 

Sobre a adaptação televisiva tenho a dizer que é uma adaptação perfeita, as falas e os acontecimentos são bastantes fiéis ao livro. Só me incomoda a escolha de alguns atores, já que nos livros algumas das personagens são bem mais novas que os responsáveis por interpretá-las. Mas recomendo aos leitores que vejam a série, depois de ler o livro é claro, não cometam o mesmo erro que eu.

Recomendo "As Crónicas de Gelo e Fogo" a todos os fãs de fantasia que idolatram Tolkin, acredito que George Martin é o autor responsável pelo legado do criador "Senhor dos Anéis", claro que com todo o seu jeito Martin, vem ganhando lugar e mostrando a que veio. 

Não sei quando farei resenha dos outros livros, porque além de serem caros eles são maiores que o livro um, ou seja requerem um certo tempo livre, e como eu estou cheia de livros para ele não tenho previsão de quando darei segmento a leitura da série. Mas creio que não vou conseguir manter-me afastada do mundo de George Martin por muito tempo. 

Boa leitura!


Até o próximo post!

Resenha - Academia de Princesas

Resenha feita pela Lúcia!
Título: Academia de Princesas  
Título Original: Princess Academy
Série: Academia de Princesas (#1)
Autora: Shannon Hale
Editora: Gradiva
Páginas: 264
Ano: 2008

Só tenho uma palavra para descrever o livro: decepção. 



Sinopse: Num povoado distante, a vida do interior segue tranquila, até que um anúncio chega para modificar a vida de todos: o príncipe está a busca de uma rapariga para ser a sua noiva, e todas as meninas do reino deverão ser levadas para uma academia de princesas, de modo a aprender os modos da corte. Entre elas, há uma que não deseja esse futuro, mas infelizmente, o desejo real é uma ordem.

Miri é uma rapariga de 14 anos que mora no Monte Eskel, o único fornecedor da "pedra de cantaria" tão usada na província de Danland para contrução de palácios, casas, lojas, igrejas e etc, porém os trabalhadores do Monte Eskel ganham muito pouco pela pedra mineirada e acabam por viver na pobreza, diferente do que acontece na província onde todos vivem de maneira luxuosa. Certo dia chega à montanha um mandatário-mor (informante do rei) e anuncia que a próxima princesa da província será escolhida dentre as únicas 20 raparigas que tem entre 12 e 17 anos e moram no Monte Eskel. Todas essas raparigas passam a frequentar uma academia de princesas, onde se deparam com Olana, uma tutora/professora nada bondosa que as trata como lixo. 

A princípio eu achei a história muito má e precisei de muita persistência para continuar a ler, e até cerca de metade do livro eu continuei a achar o mesmo! A linguagem é simples mas algumas palavras eram desconhecidas por mim então não entendi ao certo qual o público-alvo para este livro.

Academia de Princesas conta a história de uma rapariga comum e nada de muito diferente acontece, depois da metade da história as coisas começaram a fluir e acontece um pouco de ação, mas o final não foi tão bom quanto eu esperava, ele foge do "e eles viveram felizes para sempre..." e alguns vão dececionar-se tanto quanto eu com o fim. Não posso dizer que me arrependi de ter lido o livro, ele é bom, mas já li histórias muito melhores. Se vocês gostam de histórias simples, sem elementos sobrenaturais e nada muito fora da realidade vão gostar de Academia de Princesas, mas não leiam esperando nada semelhante a "O Diário da Princesa" ou "The Selection", que são livros com uma qualidade muito melhor. 

Classificação:

Tenha uma boa leitura!
Até o próximo post!

sábado, 12 de dezembro de 2015

Resenha - Inferno

Resenha feita pela Lúcia!  
Título: Inferno
Título Original: Inferno                                         
Autora: Dan Brown
Editora: Bertrand
Páginas: 551
Ano: 2013


Os lugares mais sombrios do Inferno são reservados 
àqueles que se mantiveram neutros
em tempos de crise moral. 



Esta resenha literária é de um dos livros que eu mais estava ansiosa para ler este ano, porque já havia um bom tempo que eu não lia nada deste autor, que é um dos grandes responsáveis pela minha paixão pelos livros. A resenha desta semana é do último livro do Dan Brown: "Inferno". 


Sinopse: "Neste fascinante thriller, Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em "O Código Da Vinci", "Anjos e Demónios" e "O Símbolo Perdido" e faz o "Inferno" a aposta mais alta dele até ao momento. No coração de Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado numa das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri. Numa corrida contra o tempo, ele luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o leva para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo o poema de Dante, mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído."

Antes de falar sobre o que eu achei deste último livro dele preciso de dizer que sempre fui uma grande fã e defensora de Dan Brown, um dos meus livros preferidos dele é "Anjos e Demónios". Porque é que eu estou a dizer isto?! Bom é porque a minha opinião sobre "Inferno" não é tão positiva. Sei que o autor vem a cair um pouco de produção desde "O Símbolo Perdido", mas eu tinha expetativas elevadas para este último. 

Dan Brown volta para cidades históricas nesta nova aventura de Robert Langdon, mais precisamente em Florença. A temática agora é nada mais nada menos que "A divina comédia" de Dante Alighieri (eu queria entender porque carga d'água todo o mundo resolveu enfiar o Dante nos livros). E em todo este contexto, para variar bastante, temos alguém querendo matar o pobre Robert Langdon. Deu para perceber que o enredo é meio que a receita de sempre e foi exatamente isso que me cansou. 

Eu consigo compreender que deve ser confortável para um autor escrever sempre livros padronizados, mas quando escrevemos muitos livros assim e que ainda por cima seja com a mesma personagem, acaba tudo sendo um grande cliché. Claro que tem coisas que estão sempre presentes nos livros de Brown que eu acho importantíssimo, o apoio teórico dele é fantástico, mesmo a pessoa mais leiga (indivíduo com pouco ou nenhum conhecimento numa determinada matéria) consegue entender sobre a arte e a simbologia (palmas para a mulher dele, que é a responsável por todo este apoio). 

O livro começa com Langdon metido mais uma vez em confusão, só que desta vez o professor acordou num hospital com um tiro na cabeça e sem memória, ele não sabe nem o porque de estar em Florença. No hospital ele conhece a misteriosa médica Sienna Brooks (ele tem sempre que contar com a ajuda de uma mulher) que está disposta a ajudar Robert, quando uma grandalhona de cabelos espetados vem para matá-lo. O professor universitário fica surpreso por isso estar a acontecer com ele, raios do Dan Brown, Langdon já foi perseguido e já desvendou mistérios 3 vezes, como é que ele ainda consegue surpreender-se com isto?!

Inferno fica semelhante aos seus irmãos durante quase todo o livro, mas quase no final o autor consegue dar uma reviravolta que nós perdemos até o rumo da casa. O FDP (perdoem-me as asneiras) consegue surpreender-nos e fazer com que nós queiramos devorar o livro, e desejar-mos sair daquele labirinto para onde fomos mandados. Eu aconselho que insista no livro (no caso de estar a achar que ele é repetitivo), porque esta história tem um desfecho impressionante, Dan Brown mostra que mesmo a apostar no básico ele sabe a hora de dar a cartada final. 

Gostei do livro, por ele abordar "A divina comédia", por continuar a ter conteúdo e ter um final incrível. Muitas pessoas não vão concordar com a minha opinião (eu tenho a certeza), mas achei o livro médio. Eu acho que o autor já teve dias melhores, mas indico a leitura, porque os livros de Dan Brown são de uma bagagem cultural impressionante e merecem ser lidos. 

Mal saiu o livro, os direitos foram comprados para se virar num filme, que está previsto estrear no dia 14 de Outubro de 2016, eu tenho um problema com as adaptações cinematográficas dos livros de Brown. Isto acontece porque primeiro eles mudam sempre o final e segundo é porque Robert Langdon é descrito como um professor bonitão e charmoso, e eles vão me lá colocar o Tom Hanks para o interpretar?! Não faz sentido. Mas com toda a certeza eu irei assistir ao filme, porque eu não consigo evitar esta mania de ver os filmes de livros. 

Espero que eu não seja apedrejada por não ter achado o livro tão sensacional, mas eu senti que estava a falar novidade. 


Boa Leitura!
Até ao próximo post!