sábado, 28 de maio de 2016

Resenha: American Horror Story, Hotel (5ª Temporada)

A quinta temporada de American Horror Story, intitulada Hotel, infelizmente seguiu a mesma linha de Coven, que foi uma temporada sem muita coesão e com histórias perdidas, que se importava em fazer pose e falar sobre moda, esquecendo-se de assustar o público. Essas mesmas questões desencadearam a trama sem excaixe de Hotel

Acompanhamos a história de um casal, John e Alex (Wes Bentley e Chöle Sevigny) que precisavam enfrentar o desaparecimento do filho Holden, além do chefe de família ter que desvendar uma série de assassinatos ligados aos dez mandamentos da bíblia e ao Hotel Cortez. A hospedagem funciona como purgatório para espíritos mal resolvidos assim como na temporada de estreia, muitas vidas já passaram por ali desde a sua inauguração, mas praticamente ninguém sobreviveu às aberrações do primeiro dono do hotel, Sr. James March (Evan Peters) que entregou brilhantemente um figurão playboy e um dos piores serial killers que a série já viu. 

Quem se hospeda no Hotel Cortez, procura por algo que não possui, as vezes solidão, ou privacidade. Nesse contexto, os quartos servem como refúgio, um lugar onde a pessoa é acolhida e pode sentir-se livre. Mas como todos os hotéis, existe um preço a ser acertado. A dramaturgia tardia que se estabelece na série, é a da eternidade, do viver plenamente mesmo que para isso seja preciso morrer. A jornada destas personagens entre erros e absolvições leva-nos ao raciocínio anterior, de nos sentirmos nós mesmos e enfrentarmos as nossas transições. 



Porém estamos a tratar de horror, e muitos horrores imagináveis num hotel poderiam ter sido explorados, além de assombrações e corpos presos dentro de colchões, que foram poucos. Falar sobre vampiros dentro de tantas outras possibilidades, não fez o menor sentido. Questões como abandono, rotura e amores eternos são nos dados pelo roteiro que fica quase transparente em alguns episódios, quase nulo. A cada cena que passa, espera-se algo surpreendente ou que prenda a atenção, mas não vem.  



O arrepio criado em torno da participação de Lady Gaga como a Condessa na série, não foi suficiente para sustentar a difícil tarefa de substituir a falta da atriz Jessica Lange na nova temporada, mesmo a mãe monstra tenha recebido o prémio de melhor atriz no Globo de Ouro de 2016. O problema é que a expectativa era muito positiva e a série parecia ser ideal para uma figura como Gaga, que se veste de carne crua, inspira-se em heavy metal e acha filmes de matança algo relaxantes. Uma pena que o talento dos palcos não brilhou frente as câmeras e não conseguimos ver Stephany Ciccone a atuar, vimos apenas o mais do mesmo de Lady Gaga na sua pausa musical.

Destaque máximo para Kathy Bates (Iris) e Denis O'Hare (Liz Taylor), que conduzem bons diálogos, carregam boa parte dos episódios nas costas enquanto todo o resto do roteiro e da avalanche de ideias vazias, não funciona. É triste ver uma série decair em qualidade por conta da mesma intensidade que a elevou. 

Boa leitura!
Até o próximo post!

2 comentários:

  1. Olá!
    Este ano também comecei a ver esta série, mas não consegui acabar esta temporada. Senti imensa falta de Jessica Lange. A Lady Gaga parecia que estaVA ali apenas para posar e parecia que estava a ver outra vez uma "casa assassina" em larga escala. Enfim. espero que a próxima seja diferente...

    Bejinhos

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    1. Boa tarde,
      Concordo com tudo o que disse. E como disse na resenha, em relação a Lady Gaga vimos o mesmo de sempre, ela na sua pausa musical, eu pensei seriamente que este papel seria ideal para uma pessoa como a Lady Gaga mas parece que me enganei.
      Beijinhos.

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