terça-feira, 18 de abril de 2017

Resenha: A Escolha

Resenha feita pela Lúcia!
Título: A Escolha
Resultado de imagem para a escolha kiera cass marcadorAutor: Kiera Cass
Editora: Marcador
Páginas: 293
Ano: 2015


Sinopse: 
A Seleção mudou a vida de trinta e cinco raparigas para sempre. E agora, chegou a hora de uma ser escolhida. America nunca sonhou que iria chegar perto da coroa ou do coração do Príncipe Maxon. Mas à medida que a competição se aproxima do final e as ameaças de fora das paredes do palácio tornam-se mais perigosas, América percebe o quanto ela tem a perder e quanto ela terá que lutar para o futuro que ela quer. Desde a primeira página de A Seleção, este bestseller #1 do New York Times capturou os corações dos leitores e os levou numa viagem cativante... Agora, em A Escolha, Kiera Cass oferece uma conclusão satisfatória e inesquecível, que vai manter os leitores suspirando sobre este eletrizante conto de fadas, muito depois da última página ser virada. 


Autora: 

Cresceu na Carolina do Sul e é formada em História pela Universidade de Radford.
Atualmente, vive com a sua família em Christiansburg, na Virginia, EUA.
A trilogia A Seleção colocou-a no primeiro lugar na lista de livros mais vendidos do The New York Times.
Kiera beijou cerca de quatorze rapazes na sua vida. Nenhum deles era um príncipe. 
Nos tempos livres gosta de ler, dançar, fazer vídeos e comer quantidades excessivas de bolos.


Opinião: 

Contem alguns spoilers!

Se não conheces a trilogia A Seleção eis o que precisas de saber: primeiro, trata-se de uma trama distópica; segundo, o governo é monarca e a população é dividida em castas relacionadas com a posição e a classe social do indivíduo; e terceiro e mais importante, para manter a estagnação populacional o regente usa o artifício de escolher as suas futuras rainhas por meio de um reality show, um programa de televisão que une trinta e cinco raparigas motivadas a conquistar o coração do príncipe e que, como representantes do povo, fazem o público acompanhar com ânimo e esperança o processo de escolha da esposa do futuro rei. Sendo assim, no primeiro volume da trilogia, ou seja em A Seleção, conhecemos mais sobre estes jovens, sobre o príncipe e a sua família, e vemos surgir um triângulo amoroso extremamente perigoso. Já no segundo livro, A Elite, observamos o número de raparigas ser reduzido drasticamente, o romance oscilar entre certo e errado, e passamos a compreender um pouco mais sobre o sistema político desigual que rodeia a Seleção. Porém, é no terceiro e último livro que esperamos pelas maiores revelações da trilogia, é neste volume que a autora promete evitar todas as nossas dúvidas e, finalmente, revelar quem será a grande escolhida do príncipe.
Suspense, ação, romance, mortes inesperadas e emoções à flor da pele - é simplesmente impossível não se render a este desfecho!
O último volume de uma série sempre é arriscado. Para um autor deve ser complicado finalizar uma trama, mas para um leitor é ainda mais angustiante saber que nestas últimas páginas todos os seus questionamentos devem ser devidamente respondidos. E antes de qualquer coisa devo dizer, por mais que A Escolha seja incrível, a Kiera Cass não respondeu a todas as minhas dúvidas. O facto é que amei este livro e encantei-me com o final, mas ainda assim observei vários pontos que falharam no decorrer da história. Alguns podem concordar, outros irão discordar, mas senti que em muitos momentos a autora deixou de explicar e justificar certas ações tomadas pelos protagonistas, ou de detalhar com mais profundidade o luto e as guerras políticas relatadas no decorrer da trama, e até mesmo (o que de facto mais me incomodou) preferiu usar a morte como uma aliada na resposta de perguntas que ela não soube e/ou não teria tempo para explicar. Então, sim, eu não achei o livro perfeito, mas confesso que mesmo assim emocionei-me, envolvi-me e apaixonei-me por esta história. E essa é a grande questão da escrita da Kierra Cass, ela pode não ser perfeita quando comparada com a narrativa de outros autores distópicos, mas ela é tão emocionalmente intensa e envolvente que os pormenores passam despercebidos e tornam-se irrelevantes. Em suma, tudo o que realmente importa é com quem o príncipe fica e como essa escolha influencia a estrutura do seu governo.
Sem dúvida um dos pontos altos deste livro foi a distopia. Como já disse, nos outros volumes o foco estava mais direcionado ao romance e a convivência das participantes de A Seleção, contudo em A Escolha a trama torna-se mais ousada e ganha uma densa carga de ação. Foi surpreendente o rumo tomado pela autora, a sua solução foi rápida e logo no começo da história se viu isso, sendo desenvolvida aos poucos e com o auxílio de novas personagens extremamente importantes para o desfecho final da obra. E o mais admirável é que a America, a nossa personagem principal, ainda com as suas limitações pode participar desta batalha política. Aqui, saliento para o facto de que a jovem não pode ser comparada com as raparigas distópicas criadas ou condicionadas para a batalha; a America é dona de uma personalidade forte e de um coração bondoso que se compadece pelos mais necessitados, contudo ela tem consciência das suas privações e ajuda da melhor maneira que pode. Assim, a narrativa tem ação, mas de uma forma delimitada a quem está dentro de um castelo, rodeada de segredos, muros e deveres políticos. O que, confesso, deixa tudo mais estranho.

"Antes, tu eras apenas a rapariga que gritou comigo no nosso primeiro encontro. Esta noite, tu viraste a rapariga que não tem medo dos rebeldes."
Outro ponto importante e envolvente da trama é o romance. Quem é que não torce pela America e pelo Maxon? Eu sempre tive a certeza que eles ficariam juntos, mas o que eu senti lendo A Escolha quase me levou à loucura. Não tem como ter a certeza com tantas intrigas, mentiras e guerras, e a Kiera Cass destrói o nosso coração tantas vezes, só para reconstruí-lo logo em seguida. Por isso a trama é tão intensa, porque ela é variante e inconstante, como o amor jovem e recém-descoberto é. Eu continuo extremamente apaixonada pelo Maxon, mesmo que ele me irrite um pouco neste livro, e a America reconquistou o meu coração mesmo diante de tantas mentiras - porque, sério, eu não entendo o medo que algumas protagonistas têm da verdade, custa contar tudo logo de uma vez?! Então novamente, não se trata de um romance ou de uma história perfeita, mas sim de uma narrativa envolvente o suficiente para nos fazer mergulhar de cabeça, sem medo de nos deixar apaixonar.
No geral foi um belo final, digno de choro e sorrisos idiotas. E mesmo que eu ainda ache que a autora tenha pecado em algumas explicações, não mudaria a alegria gerada pelo último capítulo, nem que me pagassem um milhão de euros. Foi tudo tão incrivelmente surpreendente e romântico que vai deixar saudade. Muita saudade.

"(...) quanto estamos juntos, sinto que sou a America. Não uma casta ou parte de um plano. Também não o vejo como alguém distante. Ele é apenas ele, e eu sou apenas eu."
"(...) quero tudo contigo, America. Quero os feriados e os aniversários, as épocas corridas e os finais de semana preguiçosos. Quero manchas feitas por dedos sujos de creme de amendoim na minha mesa de trabalho. Quero piadas internas, brigas e tudo o resto. Quero uma vida contigo." 
 Em resumo:
O mundo pós guerra foi divido em castas, conforme a posição social, o quão rico se é e qual é a sua real vocação. E todas estas castas são governadas pela família real de Illéa. E como de costumo, quando o herdeiro do trono completa a maioridade, ele precisa casar. Mas, com o intuito de manter o povo fiel, o próximo rei ou rainha casa-se sempre com um plebeu. Só que para isso acontecer, é feita a Seleção.
No caso, o príncipe herdeiro é Maxon e ele precisa escolher entre as 35 raparigas de diversas castas, com qual delas quer se casar. É claro que nada é tão simples, não é só a opinião de Maxon que conta, são diversas provas, a opinião do povo e a interferência do Rei...
Mas, em A Escolha, Maxon já passou por tudo isso, agora são apenas quatro raparigas, America, Kriss, Celeste e Elise, e ele precisa escolher entre elas qual será a próxima princesa de Illéa.
É claro que America Singer, a nossa protagonista, é a favorita de Maxon, mas ela também tem um antigo relacionamento com Aspen, que detalhe: Maxon não sabe. E agora Aspen também é guarda do castelo e o coração de America esta dividida entre eles e ela precisa (e quer muito, mas muito mesmo, porque ela pede isso a toda a hora) de tempo para decidir o que quer da vida.
Mas, Maxon precisa decidir a sua vida, esta é a única chance que ele tem de ser feliz, ou não, e o facto de America estar indecisa quanto ao que quer da vida faz com que ele comece a prestar mais atenção nas outras selecionadas.
E essa pessoa é Kriss, a favorita do povo e a personificação da princesa perfeita. E é a partir do momento que percebe que Maxon pode estar inclinado a escolher Kriss invés dela, é que America vai perceber que precisa decidir se ela quer sair da competição e esperar por Aspen. Ou, deixar de lado todas as suas duvidas e incertezas e realmente lutar por Maxon e assumir a sua posição como monarca de Illéa.

"- Podes partir o meu coração. Mil vezes, se desejares. Sempre foi teu para magoares como quiseres."


Sobre este livro, então, eu não posso falar muito pois como eu sou #TeamMaxon assumida... nunca se sabe a hipótese de eu colocar aqui um grande spoiler.
Enfim, vamos falar de America, pois a America é uma pessoa revoltante, extremamente complexa e irritante. Quem aqui leu os livros anteriores e que ficou com raiva dela pela indecisão e a falta de atitude... Só uma coisa a dizer: PIORA, e muito. Não na parte de indecisão, pois ela começa o livro já com a certeza de com quem ela quer ficar, mas a falta de noção é algo visível, mas apesar de tudo, ela torna-se uma personagem adorável quando coloca a vida por quem realmente quer.
Vamos ter aqui também muito mais sobre os rebeldes e ataques mais frequentes do pessoal que quer a destruição das castas, e America vai estar no centro disso.
Vamos conhecer um pouquinho mais sobre as outras selecionadas, principalmente Kriss, ela vai estar bem mais próxima do nosso amado príncipe e também de Celeste, a mais decidida e competitiva entre as selecionadas, que vai estar um pouco mais próxima de Aspen. Então, quando America, vê os seus dois homens tomando os seus rumos, sem ela por sinal, então enfim, ela vai tomar uma atitude.
Já Aspen, bem, ele continua tão insignificante quanto antes, uma personagem que não adiciona muito, mas que vai ser bastante ativo na trama.
E o mais importante de todos, vamos ter Maxon, o príncipe mais encantador de todos os tempos. Este sim vai estar bastante diferente do que estamos acostumados, ele vai estar sombrio e bastante decidido a conseguir a sua princesa, mesmo que ela não seja a America. Ele também vai estar estabelecido na sua posição de futuro governante. É visível o crescimento emocional e da personalidade da personagem. Maxon vai ser o centro de tudo em A Escolha, então, para quem é do #TeamMaxon, segurem os corações.
Também está perceptível o crescimento de Kiera Cass como escritora. Mas, eu particularmente achei o final um tanto quanto apreçado apressado. Imaginem quase esperar quase 3 anos, para saber qual seria a escolha de Maxon e no final ter o casamento resumido em um capítulo e sem lua de mel, é revoltante. Mas, não que falte algo, o livro termina bem e com quase todas as pontas amarradas, a não ser, é claro, a situação dos rebeldes, que é uma parte da trama pouco desenvolvida também, e que deixa o leitor bastante curioso e no final, sem uma resposta.
Eu sei que estou a estender-me demais, mas vamos falar um pouco sobre o livro físico. Perfeição, é a palavra que define. A capa é maravilhosa, e o tom branco é perfeito para esta ansiedade sobre quem vai ser a noiva. A diagramação também está impecável, sem erros de revisão aparente, fonte agradável para leitora e páginas amareladas.
Enfim, eu preciso deixar claro que, indiferente do final ser do meu agrado ou não, coisa que eu não posso dizer, vamos ter um casamento lindo, que de um modo ou de outro, vai ser bom para todo o mundo.




Boa leitura!
Até ao próximo post!




domingo, 16 de abril de 2017

Resenha: Peripécias do Coração





Resenha feita pela Lúcia!
Título: Peripécias do Coração (Volume II)
Autor: Julia Quinn
Editora: ASA
Páginas: 384
Ano: 2012



Sinopse: 
A sensata Kate Sheffield está decidida a encontrar para a sua meia-irmã Edwina um marido de reputação impecável. Mal ela sabe que o visconde Anthony Bridgerton já traçou um plano... que inclui a belíssima jovem! E ele não está habituado a ser contrariado... Embora Anthony seja o solteirão mais cobiçado da temporada, a sua reputação de mulherengo perturba Kate. Ela terá de agir rapidamente, pois Edwina vê com muito bons olhos os avanços do visconde. Mas Edwina fez uma promessa que não está disposta a quebrar: nunca casará sem a bênção de Kate. Cabe, pois, a Anthony convencer aquela que (espera) será a sua futura cunhada. Ele é um homem determinado e seguro de si... e não contava encontrar uma adversária à sua altura. Frente a frente, Kate e Anthony apercebem-se de que têm mais em comum do que imaginaram. Mas o que os une ameaça separá-los para sempre.



Autora: 
Mal terminou o seu curso universitário, Julia Quinn começou a escrever e, para alegria dos seus inúmeros fãs em todo o mundo, nunca mais parou. Traduzidos para vinte e seis línguas, todos os seus romances integram de imediato a lista de bestsellers do New York Times, com especial destaque para a Série Bridgerton. A autora venceu já dois prémios Romantic Times e três Prémios RITA da Romance Writers of America, tendo sido a mais jovem autora a entrar para o Hall of Fame dessa associação. Vive com a família na costa oeste dos Estados Unidos.


Opinião: 
Antes de começar a minha opinião, posso apenas dizer uma coisa? Posso? Posso?
É oficial: EU ADORO JULIA QUINN.
Quando li o primeiro livro da Série Bridgerton fiquei rendida à autora Julia Quinn, e quando decidi ler o segundo volume da série sabia que à partida iria ser uma leitura romântica e engraçada que me iria conquistar e não me enganei. 
Adoro a forma como ela escreve, adoro a forma como ela descreve situações, personagens, estados de espírito, paisagens! Fá-lo sempre com uma nota de doçura e de emoção que consegue chegar-nos sem qualquer dificuldade. Já tinha adorado o primeiro volume desta Série deliciosa, mas não fazia ideia de que só ia melhorar! Neste segundo "capítulo" desta série de época, conhecemos uma nova família composta apenas por mulheres: As Sheffied. Mary, a matriarca da casa, Edwina a jovem de dezassete anos que é considerada o diamante da temporada e Kate, a jovem de vinte e um anos que ainda não casou, principalmente pela razão de que o brilho da beleza da meia-irmã ofusca-lhe a sua própria beleza e encantos. No entanto, é uma jovem extremamente frontal, com uma língua demasiadamente afiada e muito pouco dada aos feminismos da época, o que também não abona a seu favor.
O Anthony demasiado protetor que conhecemos no primeiro livro, regressa em forma neste segundo volume, uma vez que ele é o mais velho da casa Bridgerton e tem de casar-se. No entanto e apesar de ser um jovem extremamente agradável, delicado e absurdamente bonito, tem a fama de ser um libertino e um mulherengo, o que de facto ele é. Naquele ano e por estar já perto da casa dos trinta anos decide que está na altura de casar e assentar, embora não queira apaixonar-se pela sua futura esposa. Conhece Edwina, a qual pretende desposar se e quando a irmã Kate permitir. O problema reside mesmo aí.
É que Kate sabe bem a fama de Anthony e detesta-o. Não quer de modo algum que a irmã se case com um homem assim. 
É justamente essa relação de "ódio-ódio" que me fez rir a bandeiras despregadas com os embates entre Kate e Anthony e que me fez o coração acelerar sempre que eles se encontravam por uma ou outra razão. Não me recordo do último livro que li em que me tenha rido tanto com as personagens. Absolutamente fantástico! Mas se há momentos em que me diverti imenso, também há os momentos em que senti o coração ficar apertado, fosse por ser uma cena ternurenta, ou dramática. É justamente isso que me faz gostar tanto de Julia Quinn. As suas histórias são repletas de humor, ternura, amor e dramatismo quanto baste. Como aconteceu no primeiro, todos os capítulos começam com um excerto da Lady Whistledown que nos deixa de cabelos em pé de curiosidade de saber quem essa mulher é!
Como eu disse, Anthony era conhecido como mulherengo e um jovem libertino, ele decidiu que estava na altura de assentar e de se casar. Sabe ainda quais as caraterísticas que pretende numa esposa e é em Edwina Sheffield, a jovem bela sensação da temporada londrina, que vê a candidata perfeita para se tornar Viscondesa Bridgerton. Só que o Visconde depara-se com um obstáculo inesperado: a meia-irmã de Edwina - Kate -  pois a jovem Edwina só casa se tiver a bênção de Kate sobre o seu pretendente e para Kate, Anthony é o pior dos candidatos por ter dele a imagem de mulherengo. Assim, para cortejar Edwina, Anthony terá de mudar a impressão que Kate tem sobre si.
Julia Quinn coloca-nos perante uma narrativa onde as picardias entre Kate e Anthony são uma constante, mas a verdade é que à medida que a convivência vai sendo maior, o leitor começa a aperceber-se que este casal de protagonistas se debate com sentimentos surpreendentes. 
Anthony conhece em Kate uma jovem que não se rege pelas regras da alta sociedade e que por isso distingue-se das outras: Kate revela uma irreverência e um sarcasmo incomuns e, ao mesmo tempo, mostra ser uma mulher muito determinada e com princípios.
Anthony sabe que Edwina é a esposa ideal para si. Por ela não correria o risco de se apaixonar, algo que nem sequer concebe como possível atendendo a uma convição nascida após um acontecimento doloroso do passado que guarda bem dentro de si, mas o desafio de obter a bênção de Kate é algo que o alicia e que o vai colocar perante uma aventura e peripécias de sentimentos que o apanham desprevenido. 
A autora Julia Quinn, através de uma escrita ligeira e descontraída, coloca-nos perante um enredo que, embora livre de grandes complexidades, agarra o leitor pelas suas personagens bem construídas cujo realismo e humanidade tocam o seu coração.
A leitura faz-se de uma forma célere entre diálogos inspirados e situações repletas de humor que arrancam ao leitor deliciosas gargalhadas e encantadores sorrisos. Além do humor, a autora Julia Quinn acrescenta à narrativa uma dose intensa de romance onde mais próximo do final surgem penas cenas plenas de sensualidade e erotismo.
A par de Kate e Anthony, a autora brinda-nos com outras personagens que conferem riqueza e dinâmica à narrativa, sendo que a presença da família Bridgerton faz com que sintamos uma ligação especial também com eles.
Em "Peripécias do Coração" voltamos a encontrar Lady Whistledown cuja identidade continua a ser um mistério. O leitor não pode deixar de refletir que esta Lady só pode ser alguém que se move na esfera da alta sociedade para conseguir pormenores tão específicos sobre o decorrer da ação e dos rumores, o que só faz com que a curiosidade do leitor sobre esta personagem se adense ainda mais. 
"Peripécias do Coração" traz-nos também um retrato da sociedade londrina e da época tornando a narrativa numa autêntica delícia a cada página que o leitor vira. Julia Quinn, neste segundo volume desta série, conseguiu envolver o seu casal de protagonistas de segredos que acabam por se desvendar e fortalecer o laço que os une. Embora o final possa parecer previsível, a verdade é que os leitores mais românticos vibrarão por um final "felizes para sempre".
Além da história de amor, dos momentos hilariantes, das personagens e dos seus laços familiares e do retrato da época, o que eu adoro é como a autora me faz sentir quando leio um livro dela: é daqueles livros que cada página é acompanhada por um sorriso que vai até à última linha e acabando o livro ficou em mim a vontade imensa de ler o terceiro volume desta série - "Amor e Enganos".






Boa leitura!
Até ao próximo post!


sábado, 15 de abril de 2017

Resenha: A Elite

Resenha feita pela Lúcia!
Título: A Elite
Autor: Kiera Cass
Editora: Marcador
Páginas: 290
Ano: 2015



Sinopse: 
A Seleção começou com 35 raparigas. Agora restam apenas seis, e a competição para ganhar o coração do príncipe Maxon esta mais feroz do que nunca. Só uma se casará com o príncipe Maxon e será coroada princesa de Illéa.
Quanto mais America se aproxima da coroa, mais se sente confusa. Os momentos que passa com Maxon parecem um conto de fadas. Quando ela está com Maxon, é arrebatada por esse novo romance de tirar o fôlego, e não consegue imaginar-se com mais ninguém. Mas sempre que vê o seu ex-namorado Aspen no palácio, a trabalhar como guarda e esforçando-se para a proteger, ela sente que é nele que está o seu conforto, dominada pelas memórias da vida que eles planearam ter juntos.
America precisa de mais tempo. Mas, enquanto ela está às voltas com o seu futuro, perdida na sua indecisão, o resto da Elite sabe exatamente o que quer - e ela está prestes a perder a sua chance de escolher. E justo quando America tem a certeza de que fez a sua escolha, uma perda devastadora faz com que as suas dúvidas retornem. E enquanto ela se esforça para decidir o seu futuro, rebeldes violentos, determinados a derrubar a monarquia, estão se fortalecendo - e os seus planos podem destruir as chances de qualquer final feliz. 


Autora: 
Cresceu na Carolina do Sul e é formada em História pela Universidade de Radford. 
Atualmente, vive com a sua família em Christiansburg, na Virginia, EUA. 
A trilogia A Seleção colocou-a no primeiro lugar da lista de livros mais vendidos do The New York Times.
Kiera beijou cerca de catorze rapazes na sua vida. 
Nenhum deles era um príncipe. Nos tempos livres, gosta de ler, dançar, fazer vídeos e comer quantidades excessivas de bolos. 


Opinião: 
America sempre teve a certeza do seu amor por Aspen e nunca duvidou de que ficariam juntos para sempre. Mas quando se tornou uma Selecionada e passou a conviver de perto com o príncipe Maxon e ver algumas verdades ocultas de Illéa, ela passa a questionar-se se poderia ser ou não uma princesa boa o suficiente. Após ataques de rebeldes ao palácio real, a Seleção tornou-se mais feroz e agora só restam seis raparigas que compõe a chamada Elite. Os laços entre as raparigas estão a estreitar-se, porém, a rivalidade tornou-se ainda mais latente já que todas querem mostrar para o Maxon o quanto elas são merecedoras do seu amor. Confusa sobre o que sente, ela não sabe se deve dar uma chance ao seu coração de conhecer o príncipe ou se deve lutar para ter o futuro que sempre sonhou com Aspen. E nessa confusão, acontecimentos chocantes podem determinar o seu futuro de modo irrevogável.
Maxon sabe que a qualquer momento terá que escolher uma das Selecionadas, mas ainda havia um tempo para conhecê-las melhor e ele devia dar essa chance ao seu coração mesmo que ele batesse por America. Ainda mais quando a sua relação com ela era tão confusa. Se em momentos ele podia sentir o amor dela por ele, em outros ela agia como se ele fosse alguém que não valesse a pena. Entretanto, além das preocupações que envolvia a Elite, havia outro problemas maiores a serem resolvidos, como os constantes ataques de rebeldes ao palácio, por exemplo. Nervoso com a pressão realizada por esses grupos, o seu pai está cada vez mais rígido e com atitudes cada vez mais arbitrárias. Não que ele pudesse esperar algo diferente, já que desde cedo aprendeu a lidar com a arrogância do rei. Determinado a encontrar uma maneira de aplacar os ânimos dentro e fora do castelo, Maxon pode escolher um caminho que o distancie de America.
Se A Seleção deixou-me totalmente rendida a história escrita por Kiera Cass, em A Elite a situação foi diferente. Com um ritmo de escrita ainda fluido, o que mais me incomodou neste livro foi justamente o que mais amei no primeiro: as personagens. Se antes me encantei com a maneira de America encarar os desafios da sua nova vida, só pude sentir-me extremamente incomodada com a sua postura neste segundo volume. Irritadiça, incoerente e impulsiva, faltou na America muito do controlo que me fez admirá-la. Entendo que os seus sentimentos confusos tenham contribuído para isso, mas invés de procurar resolver os problemas e redimir as suas dúvidas, ela caminhava em círculos sem se posicionar. Ela jogava toda a responsabilidade de decidir para Maxon e Aspen porque tinha medo de tomar a decisão errada e acabar sozinha no final. A sua preocupação a volta dos cuidados para não perder nem um dos dois incomodou-me demasiado e acabou destruindo a imagem que eu tinha dela.
Diferente do primeiro livro, outras personagens passam a ganhar destaque na história. A Kriss e a Celeste foram as Selecionadas que mais apareceram e podemos observar em cada uma delas coisas que no primeiro momento passaram despercebidas. Um dos principais pontos em relação ao Maxon que foi possível ver em A Elite foi a sua maneira diplomática de tentar resolver os problemas. Um contraponto ao modo de agir de America que deixou-me apaixonada pelo príncipe. A sua postura diante de momentos decisivos mostrou o quão forte ele era e como tinha capacidade para tornar-se o rei que Illéa precisava. Conhecemos também alguns segredos do seu passado que dizem muito sobre ele, além disso, a autora mostra um pouco mais da sua atuação no cenário político e os planos que ele tem para resolver o problema dos rebeldes.
Não acho que estou sendo injusta ao dizer que este é o livro mais fraco da trilogia. Ainda mais quando tenho tão claro na minha mente todas as birras e atitudes irracionais de America. 
Sendo bem sincera, ela é o  maior problema de A Elite, já que em relação as restantes personagens pude ver uma coerência muito maior nos seus pensamentos e ações. Distinguir todos estes defeitos não me fez parar com a leitura de A Seleção, pois apesar de ter recebido um grande spoiler a respeito do final da trilogia, a curiosidade de saber como tudo encaixaria no final foi maior e assim que eu terminei este título fui correndo pegar em A Escolha. E olha, posso dizer que suportar a America aqui valei a pena quando finalmente pude conferir o que a autora preparou para os seus leitores no volume final desta trilogia distópica. 



Boa leitura!

Até ao próximo post!



quinta-feira, 13 de abril de 2017

Resenha: Crónica de Paixões e Caprichos


Resenha feita pela Lúcia!
Título: Crónica de Paixões e Caprichos
Autor: Julia Quinn
Editora: ASA
Páginas: 367
Ano: 2012





Sinopse: 
As mães casamenteiras da alta sociedade londrina estão ao rubro: Simon Bassett, o atraente (e solteiro!) duque de Hastings, está de volta a Inglaterra. O jovem aristocrata mal sabe o que o espera pois a perseguição das enérgicas senhoras é implacável. Mas Simon não pretende abdicar da sua liberdade tão cedo...
Igualmente atormentada pela pressão social, a adorável Daphne Bridgerton sonha ainda com um casamento de amor, embora a sua espera por um príncipe encantado comece já a ser alvo de mexericos. Juntos, os jovens decidem fingir um noivado, o que garantirá paz e sossego a Simon e fará de Daphne a mais cobiçada jovem da temporada. 
Mas, entre salões de baile e passeios ao luar, a paixão entre ambos rapidamente deixa de ser fição para se tornar bem real. E embora Daphne comece a pensar em alterar ligeiramente os seus planos iniciais, Simon debate-se com um segredo que pode ser fatal...


Autora: 
Mal terminou o seu curso universitário, Julia Quinn começou a escrever e, para alegria dos seus inúmeros fás em todo o mundo, nunca mais parou. Traduzidos para vinte e seis línguas, todos os seus romances integram de imediato a lista de bestsellers do New York Times, com especial destaque para a Série Bridgerton. A autora venceu já dois prémios Romantic Times e três Prémios RITA da Romance Writers of America, tendo sido a mais jovem autora a entrar para o Hall of Fame dessa associação. Vive com a família na costa oeste dos Estados Unidos. 


Opinião: 
Meia dúzia de enganos e palavras imperfeitas levam a que uma criança se refugie na rebeldia da indiferença. Esquecendo o título, esquecendo o nome, foca-se inteiramente naqueles que, de algum modo, a poderão ajudar a ser alguém... que vá contra os padrões a si associados. Mas quando uma bela e interdita jovem se cruza no seu caminho, nem o mais arrogante e ameaçador dos irmãos poderá, alguma vez, dissuadir o intenso desejo que esta criança virada homem tem de a possuir. E assim... começam os mexericos.
Crónica de Paixões e Caprichos trata-se da assombrosamente divertida e comovente estreia de Julia Quinn, em terras lusas. Pegando numa família numerosa e ironicamente arrebatadora, esta autora cria um enredo genial que, sempre pontuado com um certo humor, cativa o leitor logo ao fim das primeiras páginas, quando uma das personagens de maior interesse e importância é apresentada de forma enternecedora embora altamente conflituosa. Este primeiro vislumbre problemático perseguirá ambos, leitor e personagem, ao longo de toda a trama, provocando o primeiro com avanços e recuos prazenteiros e o segundo com uma imensidão de negações e provações.
Dotada de uma linguagem moderna mas, ainda assim, apropriada à época em questão, ao mesmo tempo que imunda as suas páginas de desafios constantes e momentos ilustremente hilariantes, Julia Quinn transforma-se, e com uma facilidade estonteante, numa autora de destaque merecido. 
Diz-se que as personagens são o núcleo de uma história, e esta apaixonante narrativa não é excepção! Toda a família Bridgerton é meticulosamente primorosa. Dos intervenientes mais divertidos e extasiantes que tive o prazer de conhecer, este conjunto de indivíduos é espetacular no seu humor, elegante no modo em como se protegem e apoiam mutuamente e excessivamente viciante nas pequenas distinções - e até semelhanças - que os constituem.
Daphne é uma personagem delicadamente desafiadora. Com uma personalidade vincada e anos de experiência a lidar com rapazes, esta jovem senhora que mal pode esperar por casar e constituir família, vê-se enredada numa teia de falsos interesses e mentiras dissimuladas que, a não ser que jogue com cuidado, a muito custo conseguirá escapar incólume. É que brincar com o amor é o equivalente a brincar com o fogo, e se Daphne não estiver atenta, certamente irá queimar-se.
Simon Bassett é o típico galã atormentado por um acontecimento do passado que marcou todo o seu crescimento pessoal e social. Homem de uma beleza infinita e de um auto-controlo de ferro, esta personagem é uma delicia do princípio ao fim, esteja ele a ser importunado pela não aceitação do seu melhor amigo, ou pela irresistível beleza de Daphne. 
A um nível pessoal - embora tenha ficado deslumbrada com Simon -, gostei imenso dos Bridgerton. Esta família de loucos é mortificante na exuberância de cada uma das nove personalidades irreverentes que apresenta. Se por um lado temos uma Violet dissimuladamente inteligente, por outro temos uma Hyacinth femininamente arrebatadora, passando por um Anthony de «o que raio se está a passar?» sempre aflorado nos lábios, um Colin sedutoramente descontraído e uma Daphne eximiamente teimosa. Sem dúvida, um leque de personagens muito bem caraterizado e inserido na época retratada, que levará o leitor a soltar um incontável número de gargalhadas e suspiros. 
Dentro do género em que se insere, Crónica de Paixões e Caprichos trata-se de um romance maravilhoso no sentido em que conjuga, em igual medida, doses de humor, conflito e ação. Passando por todo um turbilhão de emoções, desde o amor à paixão, do medo ao ódio, este belíssimo enredo destaca-se pelas opções tomadas por parte da autora, pelos caminhos que as suas personagens tomam, e pelos mexericos e intrigas que, no início de cada capítulo, uma misteriosa Lady Whistledown lança para a sociedade. 
Um fulgurante romance de época, imperdível na sua diferença, magnífico no seu conteúdo, esta é uma obra que qualquer apreciador do género - e não só! - não poderá perder. Uma trama leve, que facilmente entretém e deslumbra, para mim, é uma grande obra por parte de uma editora que tem vindo a surpreender a cada mês que passa, ASA.
Mal posso esperar por saber o que tem Lady Whistledown a informar, não só a Londres, mas também a nós leitores!


Resultado de imagem para 4 estrelas classificação de livros


Boa leitura!
Até ao próximo post!

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Resenha: A Seleção


Resenha feita pela Lúcia!
Resultado de imagem para a seleção kiera cass marcadorTítulo: A Seleção
Autor: Kiera Cass
Editora: Marcador
Páginas: 292
Ano: 2014



Se tem uma série que desde o seu lançamento angariou uma legião de fãs, essa série foi "A Seleção". Conta uma América distópica onde o povo está a tentar viver nas condições que são oferecidas pelo que a monarquia oferece, há também uma história de amor pronta para ser narrada. Confesso que mesmo tendo toda esta premissa maravilhosa, tive muito receio de não gostar do que encontraria. Mas que medo estúpido eu tive...



Sinopse: 
"Para trinta e cinco raparigas, A Seleção é a oportunidade de uma vida. É´a possibilidade de escaparem de um destino que lhes está traçado desde o nascimento, de se perderem num mundo de vestidos cintilantes e jóias de valor inestimável e de viverem num palácio e competirem pelo coração do belo Príncipe Maxon. No entanto, para America Singer, ser selecionada é um pesadelo. Terá de virar as costas ao seu amor secreto por Aspen, que pertence a uma casta abaixo da sua, deixar a sua família para entrar numa competição feroz por uma coroa que não deseja, e viver num palácio constantemente ameaçado pelos ataques violentos dos rebeldes. Mas é então que America conhece o Príncipe Maxon. Pouco a pouco, começa a questionar todos os planos que definiu para si mesma e percebe que a vida com que sempre sonhou pode não ter comparação com o futuro que nunca imaginou. 35 candidatas. Apenas uma coroa."


Autor: 
Kiera Cass cresceu na Carolina do Sul e é formada em História pela Universidade de Radford. Atualmente, vive com a sua família em Christiansburg, na Virgínia, EUA. 
A trilogia A Seleção colocou-a no primeiro lugar da lista de livros mais vendidos do The New York Times. 
Nos tempos livres, gosta de ler, dançar, fazer vídeos e comer quantidades excessivas de bolos. 


Opinião: 
Para trinta e cinco raparigas, a "Seleção" é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne raparigas de dezasseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e jóias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha. Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar a sua família e o seu lar para entrar em uma disputa por uma coroa que ela não quer. E viver num palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes. Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma - e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.

America Singer nunca pensou o quanto a divisão de castas podia ser injusta, mas quando se apaixona por Aspen, um jovem trabalhador da Seis, ela sabe que será preciso muito mais que amor para que o relacionamento deles vá além de encontros casuais na casa da árvore e um beijo roubado. Além da difícil tarefa de manter em segredo o seu namoro, ela ainda tinha que lidar com a sua mãe. America não entendia porque entre cinco filhos ela era a que mais recebia cobranças, porém, o que já era complicado fica pior, pois ao receber a carta que a convidava a participar da Seleção, um processo que iria escolher a futura esposa do príncipe Maxon, a sua mãe passa a infernizar-lhe a vida. Certa de que não teria nenhuma chance naquele concurso, após muitos apelos ela cede e faz a sua inscrição e qual foi a sua surpresa quando dias depois o seu nome é anunciado como uma das Selecionadas. Se antes o seu mundo se resumia a música e a Aspen, agora ela terá que enfrentar a cruel realidade de uma disputa não só pelo coração do príncipe, como também, pela coroa. 
Maxon sentia todos os dias o peso que o seu título de príncipe trazia. As pessoas certamente o julgavam mal e achavam que a sua vida era fácil e que ele não tinha que se esforçar para ocupar o seu papel na realeza. Entretanto, com todos os seus passos projetados pela figura autoritária do pai, pouco restava de liberdade para que ele fizesse suas próprias escolhas. A Seleção era a sua única chance de encontrar alguém com que pudesse ter um relacionamento verdadeiro, pelo menos ele não seria obrigado a casar para fazer uma aliança política como muitos herdeiros de tronos pelo mundo tiveram que fazer. Por isso, a sua atenção estava totalmente para o concurso, ele não poderia perder a chance de encontrar alguém que pudesse tornar a sua vida de futuro rei mais significativa. Quando conhece as 35 raparigas que disputariam a sua atenção, a sua rotina tornasse cheia e conturbada. São tantas mulheres querendo impressiona-lo que por vezes ele não consegue identificar as verdadeiras intenções de cada uma delas, porém, ao conhecer America ele finalmente tem um sopro de sinceridade. 
"A Seleção" é o primeiro livro da série que leva o mesmo nome e foi escrito por Kiera Cass, publicado em Portugal em 2014 quando os livros distópicos estavam no auge, logo a história conquistou milhares de leitores por trazer um cenário político permeado por um romance. 
Demorei a permitir que a minha curiosidade influenciasse nesta leitura, os elogios que li foram tantos e a onda de leitores empolgados foi tão grande que optei por esperar um pouco para que eu pudesse conferir qual o encanto que se escondia por trás das palavras da Kiera. E o ano passado foi o ano que eu escolhi para finalmente ler a série e "oh, my godness!", eu adorei o que encontrei! Escrito de maneira simples, mas com muita fluidez, a construção das personagens é de longe o ponto mais forte de toda a série. 
Tendo como protagonista America, uma rapariga que apesar de todo o talento vive em condições difíceis em decorrência do sistema de castas implementado em Illéa, somos levados a vivenciar uma verdadeira avalanche de sentimentos e situações. Forte e corajosa, pode-se perceber que ela tenta com todas as suas forças superar as dificuldades que lhes são apresentadas. Sendo o primeiro livro da série, é natural que boa parte dele seja dedicado a esmiuçar a sua vida antes e depois da Seleção. Particularmente, achei que ela teria mais dificuldades em enfrentar a sua nova realidade, mas apesar do choque inicial e de momentos em que se sentia triste e sozinha, achei que ela  encarou a situação de uma maneira encantadora. Ainda mais se levarmos em consideração o seu coração partido e a rivalidade latente entre as candidatas a ficar com o príncipe. Outra coisa que eu gostei muito foi a abertura que ela teve ao tentar fazer amizade com as outras raparigas que ela compartilharia boa parte do seu tempo e é a partir disso que nasce uma relação linda entre ela e a Marlee. 
Uma coisa que adorei observar foi a relação entre Maxon e as selecionadas, pois apesar da sua relativa reserva, era notável como ele realmente desejava encontrar entre aquelas raparigas um amor. É através dele que vemos que nem tudo na vida de uma realeza é fácil, ainda mais sendo um herdeiro. Como ele pouco conhece o que acontece fora dos muros do castelo é perceptível uma certa ingenuidade por parte dele que vai sendo diminuída conforme ele tem contacto com a America. 
Entrando no tema político, gostei muito da proposta da autora, pois em um futuro distante ela apresenta-nos uma república democrática que retrocedeu e se tornou uma monarquia. Pouco se sabe a respeito de como as coisas aconteceram e os factos são narrados boca a boca o que gera certa desconfiança acerca de como foi a ascensão da família que se mantém no poder. Um ponto importante é que já em "A Seleção" podemos perceber um desejo de insurreição partindo por parte dos populares, mas isso é ainda melhor trabalhado em "A Elite".
Este é o típico livro que me faria estar acordada a noite toda facilmente. Ele tem todos os elementos que eu gosto numa história distópica apesar de pender um pouco mais para o romance. Posso dizer previamente que isso é algo recorrente na trilogia, pois já terminei a leitura dos três livros, mas que neste volume não me incomodou de forma alguma. Kiera Cass soube criar um cenário harmonioso e que faz com que as raparigas realizem o desejo de se imaginarem princesas através da experiência de America. E se vocês, assim como eu, nutrem algum tipo de dúvidas em relação ao livro por ele ter figurado tanto tempo na lista de best-sellers, não temam a leitura de "A Seleção", pois apesar de ter contornos despretenciosos há mensagens subliminares muito interessantes para serem refletidas. Em uma palavra? Adorei!







Boa leitura!
Até ao próximo post!